terça-feira, 12 de julho de 2011

CAPOEIRA ANGOLA

A capoeira angola nasceu na senzala, nasceu do desejo de liberdade e da consciência de que manter o corpo forte ajudaria a manter a mente sã. Nasceu mesclada ou candomblé como ele, desde cedo, foi cercada de segredo. O segredo não existe para, depois da revelação, se reduzir a um conteúdo de informação. O segredo é a dinâmica de comunicação, de redistribuição de axé, de existência e vigor das regras do jogo.
A luta não é a violência ou a força que entram em jogo, mas as artimanhas, a astúcia, a coragem e o poder de realização (axé) implicada. Na capoeira angola o ritual do batismo é muito importante, pois marca o momento em que o aluno passa a ser ‘‘integrante do grupo’’. Adquire assim, o dever de proteger o grupo e direito de ser protegidos por ele. Na angola, todos são irmãos e não se admite sentimentos de inveja ou de depreciação. O atleta mais fraco fica feliz de saber que terá a seu lado alguém mais forte e capaz, pois significa proteção. Por outro, o mais forte é imbuído de sentimentos protecionista para com os outros e consideram sua responsabilidade ensinar a auxiliadora os demais membros da comunidade. As brigas e rugas entre jogadores são rápidas e superficiais e invariavelmente terminam em risadas e gozaçães.
O batismo é dividido em duas partes: secreta e pública. A secreta acontece, normalmente dentro da academia, sem a presença de público. Participam somente aqueles que serão batizados. A parte pública acontece com a presença do público em geral. Nela o aluno joga com um mestre convidado que será seu padrinho. Ele tem objetivo de derrubar o atleta no chão. Assim que isto acontece, o padrinho o puxa o afilhado pela mão colocando-o rapidamente em pé (em uma alusão de que a partir daquele momento o grupo sempre o levantará), coloca em sua cintura o cordel e diz a todos o seu ‘‘apelido’’(alcunha pela qual passará a ser reconhecido a partir daquele momento). Este apelido é escolhido anteriormente e leva em consideração características pessoais do atleta.
Na angola, os capoeiras se vestem de branco (o abada), resquício da época onde o capoeira para provar ser bom, entrava e saía da roda com a roupa impecavelmente limpa. O jogo é rasteiro, lento, mas não menos preciso ou mortal.Os atletas ficam agachados, quietos, esperando sua vez de jogar.
‘‘ O segredo da capoeira morre comigo e com muitos outros mestres’’ – dizia Mestre Pastinha, que foi o maior nome da capoeira angola, morto aos vinte e sete anos de idade e cantado até hoje em rodas de todo o Brasil’’.
‘‘ Nosso movimento não tem pressa de chegar, mas quando chegam é de forma harmoniosa.É um diálogo de corpos. Eu venço quando meu parceiro não tem mais respostas para minhas perguntas’’- Mestre Pastinha’’
O maior nome da capoeira angola é Vicente Ferreira Pastinha, o Mestre Pastinha, que nasceu no dia 05/04/1899 em salvador e faleceu no Pelourinho em 1981

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